quinta-feira, 22 de abril de 2010
Uma simples agulha
Qual a grande diferença entre a agulha e sua cabeça? Um ser achatado e outra longa e fina? Então qual seria a diferença entre um poder executivo e um judiciário?
Você entende hoje o grosso, o que realmente consegue ver e não o que deveria saber. Nossas atividades estão totalmente voltadas para o tecnicismo da questão social e não mais para a filosofia da vida, a ciência da humanidade, porque não existe necessidade de você pensar para que servem as funções da administração pública, você não trabalha nela. Mas quando é sobre a cabeça da agulha e seu corpo, você tem que entender minuciosamente como se faz, ou pelo menos em que parte desse processo de produção você vai trabalhar.
Essa formação do corpo social pós-moderno está cada dia mais fácil, os sujeitos conseguem as respostas mais rápidas para a sua vida pelo google, em uma definição sem muitas vezes autores especializados, apenas curiosos que por vezes reproduzem de livros, o tecnicismo também chegou as escolas. O aluno não precisa saber quais as funções do Estado perante ele, nem as dele perante o Estado, precisa apenas saber que se ficar desempregado tem a Bolsa Família, a Bolsa Escola, a Bolsa Alimentação. Mas ai eu me pergunto, porque ninguém dá um Bolsa da Prada, Bolsa Louis Vitton ou ainda Vitor Hugo? Não precisa dar não o caminho técnico também copiou dessas marcas suas formas e símbolos, as famosas falsificações que enchem os olhos de quem não tem.
Quando alguém me pergunta que horas são, eu logo penso em que é essa pessoa que não sabe nem mesmo que horas são agora, que perdeu o seu valor humano pelo tempo da fábrica, da loja ou mesmo da escola. Perdemos o nosso tempo em atividades vendidas e compradas, não sabemos o significado, mas estamos no embalo.
O homem transformou a natureza em objetos pessoais, os objetos pessoais transformaram o homem em coisas, as coisas são inanimadas e sem vida. O homem tem vida nessa condição?
Nas entrevias da vida pensamos pouco durante toda a nossa existência, podemos dizer que realmente pensamos somente depois de muito esforço, estamos muito acomodados com a novela que vai começar daqui a pouco, com o trabalho que vai recomeçar depois do ludibrioso domingo ou feriado de alguma coisa – que ninguém se preocupa mesmo em saber de onde vem, o que importa é que não trabalho hoje, é feriado – mas o ciclo continua e se você se frusta e sai do sem emprego, logo entra ou número, no sentido literal da palavra, número de CPF ou RG. Seja como for, as coisas que antes não tinham nomes definidos e foram se criando e criadas, hoje são controladas por números e controlam os números. Pense nisso!
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