domingo, 13 de junho de 2010

Eu queria falar do fútil


Entra em uma balada as 2 da manhã e tenta manter um diálogo produtivo com alguém que você não conhece? Provavelmente você vai ser julgado como qualquer outra coisa, menos como um interessado no assunto que ela possa dispor. Mas o mais interessante não está no assunto, mas na forma que as pessoas agem nesse tipo de ambiente, são tão preocupadas com as aparências frívolas da vantagem que deixam escapar seus defeitos mais sombrios, seus medos aparecem em discursos dicotômicos.
Esses dias mesmo entrei em uma danceteria, e como tal as pessoas dançavam e der repente começaram a se beijar, eu percebi que não havia um diálogo, apenas uma necessidade de estar próxima há alguém, talvez como um sinônimo de vantagem, um tipo de troféu pessoal a ser exibido. Notei isso em um sujeito, um forte, aparentemente com 30 anos, um estadunidense que mal conversava, ele rodava a balada toda beijando, se achando o grande ser da festa. Foi particularmente muito hilário.
O mais interessante foi quando isso quase aconteceu comigo, quando um sujeito (sem denominação de sexo) se encostou em mim, aparentemente bem alcoolizado perguntando do que eu gostava (tentando definir minha sexualidade); claro que fui educado na medida do possível e disse que estava na danceteria para dançar e não para me auto-definir para qualquer sujeito.
Fico por horas observando esse desejo louco, que parece um mal necessário, não sabe-se se alguém tem hepatite ou qualquer doença na boca, não se conhece sua índole ou ainda seu gosto musical, você simplesmente se aproxima e beija. Ao contrário de relacionamento entre amigos que antes de qualquer possível atitude física conversam e discutem, mas essas festas alcoólicas estão se tornando um verdadeiro martírio; pessoas alcoolizadas que ainda tentam discutir comigo que existe cultura na novela [OMG] foi o extremo da noite, ainda mais por se dizer que era um pseudo-hare krishna totalmente alcoolizado falando que estava com fogo no ..., enfim. Onde será que foi parar a meditação do hare-hare? Possivelmente se perdeu no modismo mal definido da novela daquela emissora que difunde e os leigos absorvem.
São assuntos do tipo que você consegue definir dentro de uma balada, ai eu fico me pensando, quando essas pessoas entraram na escola, ou ainda, que formação foi essa? São duas coisas tão unidas dentro do contexto e ao mesmo tempo tão distantes da realidade; palavras que saem depois de um gole, olhares que percorrem a íris mais tênua, mas embaçada e jura ter visto algo interessante. Nada além do supérfluo.