quinta-feira, 10 de março de 2011

Do Nada


Hoje eu quero falar de NADA...

Eu me encanto pelo nada, sempre me encantei, porque o tudo sempre ocupa tanto espaço e o nada, pela oposição do significado por si só em espaço algum ocupa o campo, ou estaria eu errado ao concordar com essa frase? Se o tudo ocupa o espaço, complementa o vazio do nada, do que seria o nada sem o espaço vazio? O nada existindo pela vaguidão do espaço não deixa de ocupar o espaço apenas porque o tudo (seu oposto) existe como preenchedor. O erro em dizer que o nada não ocupa espaço está em confundir o nada (termo), com o (nada) vazio. O termo que designa o nada leva a crer à existência de um espaço vazio, esse espaço que nada tem, ao mesmo tempo é preenchido por um substantivo nada.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Inspiração ou cópia?


O que seria necessariamente inspiração dentro de um contexto frívolo? Certo que o sêmen da frivolidade, tendo em vista que a inspiração (em sentindo orgânico) se dá em instantes, assim como a expiração por seguinte, considerar no campo das efemeridades da moda a necessidade de sempre alternar a expiração com a inspiração, lembrando o quanto são rápidas e passageiras.
Fazer uso de inspiração para criar a tendência é pensar em um conjunto de estruturas que possam dar um novo significado as estruturas já existentes sobre o olhar do criador, como Niemayer fez em seus projetos edificadores; como Coco Channel pela luta da simplificação dos movimentos; ou ainda como Picasso que “picotilhava” o objeto em pequenos fragmentos que sustentavam a forma final de seus quadros.
Não existe diferença entre escrever sobre algo e inspirar-se para qualquer coisa, uma composição inspirada é remetida pelas simples lembranças. Quando o criador termina sua peça logo vem a pergunta dos jornalistas que tendência é essa? De onde saiu a inspiração para criar? O porquê dessas perguntas vem de uma resposta óbvia, o homem não consegue permanecer sem respostas para sua própria criação. Porque da Guerra? Para uma pergunta sempre é exigida uma resposta.
Pense agora se você criar algo e não quiser dizer por que criou e qual sua utilidade, tudo bem, mas a sua inspiração deve “SER” naquele instante o foco da necessidade, ali agirá a venda para o mercado [porque os que fazem as perguntas já legitimaram por compra dos investidores seus lucros futuros, de acordo com o merchandising pago].
Infelizmente o homem deixou de produzir arte por prazer, deixou de desenhar, escrever, modelar, costurar, todas essas coisas foram vendidas ao trabalho. A arte é lançada com o ar prestigioso de um divino inacessível à plebe, a arte ignorou seus mantenedores primários (a classe trabalhadora) e assentou ao lado da luxúria; a arte cegou-se. E agora me pergunto, pois, de onde vem a inspiração? Da natureza mórbida de Firenze? Das dunas do Maranhão? Do Alpes Andinos? Ela vem de qualquer lugar onde pode ser vendida.
O que um dia foi expirado e depois concedido como expiração pelo advento da inspiração, foi construído tão rapidamente quanto um castelo de cédulas que teme a chegada do ventos nórdicos. Um pano em branco, uma tela em branco, uma mente construindo que paupeia sobre os objetos novas formas, o trabalho humano mais glorificado como digno de santuário foi vendido a poucos. E hoje, o que mais nos inspira são a pobreza e a fome.

quarta-feira, 2 de março de 2011

TU

Lup, acho que estou gostando de alguém, sinceramente eu não queria sentir isso, porque parece que na nossa vida, tudo tem começo, meio e fim, o que me preocupa é sempre o fim, e de todas as experiências de meus amigos, nenhum fim não deixou de ter choradeira e sofrimento. Mas acredito que a vida seja um ciclo de felicidade e falta dela, tenho que ser realista, se não arriscar nunca saberei como é, e afinal de tudo eu sempre quis ter quem tenho hoje do meu lado, não sei se vai durar alguns segundos, minutos, meses, mas eu creio que isso possa ser bom para mim. Só que nada é perfeito, não é mesmo, as pessoas não são, eu também não sou, reconheço isso.

Tenho que confessar que tem um “Q” de pecado nessa história a segunda pessoa do plural envolvida eu vou chamar de “TU”. Então, Tu é assim meio complicado, meio revoltado, cheio de idéias mas com poucas atitudes. É cercado de pretéritos amigos, mas de pouco amor, Tu parece ser mais sozinho do que eu.

Isso que eu pontuei sobre tu não é defeito, aliás o ser humano não possui defeitos morais, depende do tipo de moral que você segue; o que Tu tens são qualidades, muitas, e podem ser facilmente moldadas de forma útil para ti mesmo.

Agora meus dias tem se passado muito bem obrigado, depois do meu retorno comecei a repensar varias coisas, revi algumas pessoas que queria e outra nem mesmo fiz questão de ver, mas passaram por mim, andei passando um filtro na minha vida, não quero mais exposição, nem mesmo interrupção sobre minhas atitudes. O que mais almejo agora são minhas metas.

Foram-se os tempos de diversão, agora o tempo é de compreensão. Revisão

terça-feira, 1 de março de 2011

Manda


Minha casa tinha a fortificação de um instituto nuclear, soldado a chumbo, onde nem mesmo radiação entrava, um dia eu abri a porta e algumas bactérias entraram, mal percebi eu estava preocupado demais com o presente e suas mágicas ações diárias. De certa maneira eu vi essas bactérias entrarem, me infectaram, me senti mal por alguns dias, me senti pior ainda por alguns anos, mas nunca imaginei que essas bactérias eram mais que isso. Minha casa virou centro de criação de bactérias, com um lugar propicio para se proliferarem em um local arejado, tornaram-se hospedes de mim mesmo.

Um dia minha casa foi demolida pelas bactérias, foi como em Tróia, me atingiram por dentro, me feriam no ego, malditas e impetuosas armadilhas do viver; eu tive que me retirar de lá por algum tempo e deixar aquela casa, foi um curto período de tempo, mas eu sai. Entrei em uma casa de palha, não tinha a mesma estrutura que a casa de chumbo, mas estava sujeita a não virar centro de criação de bactérias, elas poderiam entrar e sair facilmente sem me prejudicar diretamente, vivi bons dias nessa casinha de palha, mas senti a necessidade de voltar a minha casa, não quis voltar a casa de chumbo, tive medo da infecção. Fiz apenas uma visita a casa infectada, mas não gostei do que vi.

escreve


As vezes eu nem sei mais porque eu escrevo, se somente me serve e nada mais se serve disto, penso coisas que por vezes penso que ninguém pensaria em ler; por vezes ainda acho isso fantástico, porque me sinto um caçador de hieróglifos e significantes apenas meus. Me sinto bem quando escrevo e somente eu leio, sinal da importância de mim para mim mesmo, escrevo para mim, é como mandar uma carta para minha própria casa descrevendo as atividades do dia anterior.

Mas o que escrevo tornou abstrato a realidade que meu físico passa, a ignorância pesa sobre meus ombros, não que sejam minhas, são mais de outros, não que eu não seja, mas que tenho a convicção de ser menos [ignorante], creio.