sexta-feira, 12 de março de 2010

Arte: posteridade ou tédio?


De onde vem artistas? Qual a necessidade de criar algo?

Algumas conotações sobre esses termos podem ser colocadas sobre uma análise, até mesmo de um leigo como eu, mas ainda confrontar a mais doce realidade da criação. Porque criar?

Partindo do senso sociológico da questão podemos delinear um traço orquestrado da arte, mas assim como as notas de Bach a alternância é constante e fundada em sutis encontros. Um criador é necessariamente alguém que inova em uma produção, mas que espelha-se no seu contexto temporal, glorificando pontos especificos de sua criação e ao mesmo tempo marginalizando outras questões; a arte portanto é um jogo de gosto pessoal, por desgosto comum. Fazendo-se então presente a inovação em negação ao padrão atual, mesmo que essa arte seja fundamentada em tendências, mas essa seria uma arte inspirada.

O que diferencia a arte inspirada e a nova são dois fatores, primeiro que na inspiração existe um espelho quanto a uma produção anterior, onde busca-se detalhes que são acrescentados a novos conceitos, anexo a isso podemos dizer que a conjugação entre dois tempos ou mais faz-se necessária; ou ainda essa arte inspirada é formada pela negação da produção atual, sua criação é oposta a conceitos imediatos, pode ser chocante ou avaçaladora, dependendo o tipo de público que se busca para cada uma.

Mas a arte da criação, que para tempos e eleva nomes tanto na música, pintura, moda é considerada como um marco para a humanidade, um anacronismo necessário na apresentação inicial com o tempo da produção. Em tempos anteriores os artistas achavam-se em realidades diferenciadas da sociedade, seu valor era tido apenas como ponto de discussão, grandes produções foram somente reconhecidas pela sociedade após sua morte.

Na sociedade que se julga pós-moderna, qual seria o seu marco real a se considerar pós-moderna? Qual a criação humana para enfatizar esse desligamento com a modernidade tão fluída de produção artística? Tecnologia? O que ele faz para salvar a produção humana? grifa imagens no tempo com câmeras de alta resolução?

Esse impasse ainda que sórdido é contraditório. Precisamos nos desligar das linhas passadas das produções, mas não conseguimos inovar nenhum um tipo de produção que pode ser considerado realmente artística, pois a arte é feita para o prestígio comum e geral. Do que lhe vale ter peças caras a seu desfrutar individual, se pessoas não podem gozar do seu mesmo saber? A arte pode ser comprada, mas artista não é aquele que detém para si uma produção, mas aquele que demonstra a todos os olhos deixa que a compreensão seja individual. Respeitando espaços e delimitando sua construção.....

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