Como Negociar....
Em um período anterior da eleição, os pretensos candidatos
buscam investimentos com empresários, ruralistas, industrias (quando já não
fazem partes desses grupos) e todos os outros pretensos prestadores de serviço
que buscam nas licitações que irão concorrer no período em que os seus
patrocinados, ou seja, políticos eleitos
pela via democrática, estarão mais próximos e possivelmente interpelando pela
sua disputa nas obras públicas. Este modelo de política no país vem sendo
implementado desde o início da democracia vigente, mesmo anteriormente no
período da ditadura (e até mesmo dentro dela) e nunca foi contestado pela
grande população que busca a representatividade nas figuras públicas e
partidos, que dizem representar interesse do povo em períodos de campanha,
contradizendo suas pelas práticas de gestão (após ganharem as eleições), quando
mudam suas posturas respondendo as demandas de interesse financeiro de grupos
economicamente dirigentes da estrutura política de forma indireta, pois através
de investimentos terceiro que as campanhas políticas são implementadas.
Se o cargo é político é de interesses públicos,
porque existiria a exemplo de Três Lagoas, a necessidade de 600, 400, 100 mil
reais para eleger um vereador? De 5 à 15 milhões para eleger um prefeito? Como
um vereador que recebe 10 mil reais por mês, poderia pagar uma dívida de
campanha de 600 mil reais, se os seus rendimentos líquidos em quatro anos de mandato calculados somam 480 mil
reais? Mas poderíamos nos lembrar ainda das eleições do ano anterior (2014), onde vários mandatários do Estado não pouparam investimentos para sua campanha, como ocorria a nível Federal e Estadual, falamos de milhões em investimento..
Resposta: Através de contratos e mesmo de serviços sombrios,
que muitas vezes são superfaturados por acordos entre as empresas e políticos,
no período de eleição. Fica assim “Você me ajuda com a minha campanha e eu te
ajudo com alguma boquinha, em licitações ou mesmo serviços que não precisam
dela, no período em que eu estiver no mandato”, digo isso em aspecto universal
da política nacional.
Este cenário endêmico da política se tornou uma patologia em
todas as instituições políticas, no âmbito federal, estadual e municipal. A
clivagem do dinheiro público que sustenta as grandes eleições, com milhões em
panfletos, propaganda, cabos eleitores são o reflexo da ação sorrateira que os
candidatos organizam, com uma máfia de interesses que deixaram de ser públicos
e se tornaram privados aos partidos, tomados por empresários, ruralistas,
comerciantes e prestadores de serviços em todas as formas.
No meu humilde entendimento, a disputa política deveria ser
projetada com o interesse e participação popular em todas as votações,
necessidades e lutas que o representante público promove, tendo assim um grupo
de ações com interesses PÚBLICOS, acima dos particulares. Mas ainda nos
esbarramos em outra contraposição, os ‘politqueiros’ que promovem POLITICAGEM
(Política + Vagem = nenhum resultado, proposta ou ação condizente a necessidade
da sociedade local), tomam as linhas de frente com seus carros personalizados
de adesivos (que ganham cerca um tanque de gasolina e mais uma quantia de R$
50,00, mais ou menos), são os primeiros corrompíveis nessa zona de interesse,
pois atendem as suas necessidades primeiras pelo oportunismo gerado na
possibilidade de barganharem algum cargo público, ou ainda pelo simples
R$100,00 quinzenais. É triste, mas infelizmente é a realidade latente da nossa
política e somente poderá ser revertida quando
as pessoas tiverem a consciência política de que não devemos procurar
políticos apenas em época de campanha, mas fiscalizarmos o seu trabalho de
interesse comum.
Quer mudar o Brasil? Análise o contexto de onde se formam as
práticas e posteriormente façamos um novo desenho de candidatura, acredito que
somente com novas práticas faremos uma REFORMA POLÍTICA coerente.
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