domingo, 22 de março de 2015



Como Negociar....

Em um período anterior da eleição, os pretensos candidatos buscam investimentos com empresários, ruralistas, industrias (quando já não fazem partes desses grupos) e todos os outros pretensos prestadores de serviço que buscam nas licitações que irão concorrer no período em que os seus patrocinados, ou seja,  políticos eleitos pela via democrática, estarão mais próximos e possivelmente interpelando pela sua disputa nas obras públicas. Este modelo de política no país vem sendo implementado desde o início da democracia vigente, mesmo anteriormente no período da ditadura (e até mesmo dentro dela) e nunca foi contestado pela grande população que busca a representatividade nas figuras públicas e partidos, que dizem representar interesse do povo em períodos de campanha, contradizendo suas pelas práticas de gestão (após ganharem as eleições), quando mudam suas posturas respondendo as demandas de interesse financeiro de grupos economicamente dirigentes da estrutura política de forma indireta, pois através de investimentos terceiro que as campanhas políticas são implementadas.


Se o cargo é político é de interesses públicos, porque existiria a exemplo de Três Lagoas, a necessidade de 600, 400, 100 mil reais para eleger um vereador? De 5 à 15 milhões para eleger um prefeito? Como um vereador que recebe 10 mil reais por mês, poderia pagar uma dívida de campanha de 600 mil reais, se os seus rendimentos líquidos em quatro  anos de mandato calculados somam 480 mil reais? Mas poderíamos nos lembrar ainda das eleições do ano anterior (2014), onde vários mandatários do Estado não pouparam investimentos para sua campanha, como ocorria a nível Federal e Estadual, falamos de milhões em investimento..

Resposta: Através de contratos e mesmo de serviços sombrios, que muitas vezes são superfaturados por acordos entre as empresas e políticos, no período de eleição. Fica assim “Você me ajuda com a minha campanha e eu te ajudo com alguma boquinha, em licitações ou mesmo serviços que não precisam dela, no período em que eu estiver no mandato”, digo isso em aspecto universal da política nacional.
Este cenário endêmico da política se tornou uma patologia em todas as instituições políticas, no âmbito federal, estadual e municipal. A clivagem do dinheiro público que sustenta as grandes eleições, com milhões em panfletos, propaganda, cabos eleitores são o reflexo da ação sorrateira que os candidatos organizam, com uma máfia de interesses que deixaram de ser públicos e se tornaram privados aos partidos, tomados por empresários, ruralistas, comerciantes e prestadores de serviços em todas as formas.

No meu humilde entendimento, a disputa política deveria ser projetada com o interesse e participação popular em todas as votações, necessidades e lutas que o representante público promove, tendo assim um grupo de ações com interesses PÚBLICOS, acima dos particulares. Mas ainda nos esbarramos em outra contraposição, os ‘politqueiros’ que promovem POLITICAGEM (Política + Vagem = nenhum resultado, proposta ou ação condizente a necessidade da sociedade local), tomam as linhas de frente com seus carros personalizados de adesivos (que ganham cerca um tanque de gasolina e mais uma quantia de R$ 50,00, mais ou menos), são os primeiros corrompíveis nessa zona de interesse, pois atendem as suas necessidades primeiras pelo oportunismo gerado na possibilidade de barganharem algum cargo público, ou ainda pelo simples R$100,00 quinzenais. É triste, mas infelizmente é a realidade latente da nossa política e somente poderá ser revertida quando  as pessoas tiverem a consciência política de que não devemos procurar políticos apenas em época de campanha, mas fiscalizarmos o seu trabalho de interesse comum.



Quer mudar o Brasil? Análise o contexto de onde se formam as práticas e posteriormente façamos um novo desenho de candidatura, acredito que somente com novas práticas faremos uma REFORMA POLÍTICA coerente.

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