sábado, 14 de março de 2015

Impeachment ou Golpe Político?


''Primeiramente, como é constituída a dita Governabilidade...''

Existe uma eleição democraticamente obrigatória (considerando o preceito de liberdade da democracia, o voto obrigatório é uma afronta aos interesses públicos pois obriga pessoa desinformadas e sem conhecimento sobre política a votarem), onde cargos legislativos (deputados estaduais, federais e vereadores) e executivos (Prefeito, Governador e Presidente) são elegíveis pela maioria da população, que diga-se de passagem, não foi preparada nos últimos 30 anos, para uma educação política efetiva pelos governos anteriores e atual, nem mesmo pelos vários partidos políticos que se constituíram desde a Constituição de 1988, sobre o principio da pluralidade na política, ou seja, a constante alternância do poder, exigida para dar maior aderência a práticas da austeridade. Dessa forma, sem uma sociedade preparada para reivindicar, fiscalizar e acompanhar as práticas políticas foi fácil levar o país a situação que ele se encontra hoje. Não podemos nos esquecer de que somos vitimas de governos coalididos, ou seja, que fazem manobras e barganhas de cargos e interesses por votos de aprovação no Congresso Nacional, em favor dos interesses do Poder Executivo, caso similar nas escalas do micro poder, municipal e estadual.
Existe uma crise das Instituições em todas as suas escalas do Poder (Executivo, Legislativo e Judiciário), em âmbito municipal, estadual e federal, devido aos grupos que estão mantendo a gestão pública, os partidos, lutarem apenas pela manutenção do poder, que apenas pode ser constituído através de uma base de sustentação financeira, ou seja, na estrutura das eleições, quanto maior o investimento  privado em campanhas (panfletos, cabos eleitorais, santinhos, doações sinistras por meio de compra de votos), maior será a profundida do rombo que esse candidato dará nos próximos quatro anos de mandato. Por quê? Por que, ele (partidos e candidatos) necessariamente tem que pagar o valor investido nessa campanha aos financiadores que vislumbram nas licitações e serviços públicos legalmente abertas, formas de manutenção do poder financeiro de seus grupos e não de interesse público.
Considera-se, portanto, que o rombo causado na Petrobrás pela corrupção, já vem sendo feito há muitos e muitos anos, por todos aqueles representantes públicos que investiram milhões em suas campanhas a troco de que? De ser um bom samaritano? O Brasil sempre esteve amarrado a esses laços de corrupção nos períodos de eleição, que se estendem pela gestão pública. Esses partidos que hoje fazem parte do Congresso Nacional, com nome de Deputados e Senadores ligados a operação Lava-Jato, mantém o poder há anos por meio de barganhas e vão continuar personificando essas ações, na medida de seus interesses e da falta de participação popular na gestão pública continue sendo passiva.
Os banqueiros aumentaram suas faixas de lucro em três vezes nos últimos 10 anos, a custa de uma falta de aplicação de investimentos na educação e saúde. Ainda existe uma grande discrepância entre a riqueza e pobreza. O estado que deveria ser um regulador das atividades econômicas em seu território, para manter a ordem da distribuição de renda digna a seus cidadãos, se tornou cúmplice do investidor internacional e suas políticas de espoliação (extração) das nossas riquezas, mas ao contrário ele (o Estado) acena com uma bandeira branca aos bancários e montadoras, a custa de uma pesada carga tributária (Impostos) aos contribuintes.
A conjuntura que nos leva a crise financeira de 2015 é efeito daquela ‘Marolinha’ citada pelo Lula em 2008, que se misturou com as denúncias de corrupção na Petrobrás e virou essa voz difusa e confusa de uma população, que ainda não compreendeu que o problema não está apenas em uma ação presidenciável, mas pelas coalizações e barganhas de ministérios e cargos de segundo escalão até hoje disputados acidamente dentro do Congresso em troca de apoio político norteiam. O certo é que percebemos que essa insatisfação vem contra as ações recentes nos aumentos de vários itens de consumo, mas um impeachment não pode ser pedido pelas condições econômicas, não é CONSTITUCIONAL.
O que me espanta é a capacidade de partidos como o PMDB com Eduardo Cunha (Presidente do Congresso Nacional) e Renan Calheiros (Presidente do Senado), os dois acusados na operação Lava-Jato, colocarem-se como única saída para salvar o país, como se fossem os heróis do Brasil, como se tivessem esquecido quem eles realmente representam no cenário político. Caso tenham se esquecido, se a Dilma cair, assume o Michel Themer (também do PMDB). Agora me digam, como você acha que serão resolvidas as coisas, por um partido que está tão intimamente ligado a corrupção em todas as suas escalas, perceba a sua formação, empresários, industriais, bancários e ruralistas, isso realmente representa o seu interesse? Com as formas menos populares possíveis de governo. O PMDB não tem um histórico de ideologia política, sempre se manteve na conveniência de alianças para manter o poder e por ser um partido movediço, sobre acordos de interesse visivelmente sempre empresariais, não seria uma boa opção para nosso país. Não confio!


Temos que lutar por um Brasil melhor sim, mas depois das manifestações de junho de 2013 e com algumas leituras, percebemos que a forma mais legal, viável e democrática de tomar o poder é pelo voto, nesse sentido  a população insatisfeita com a política, deve  se organizar e formarem os novos grupos de candidatos com propostas e ideias. Convido vocês para o movimento politizado dentro da sua cidade, com grupos que atendam os interesses coletivos e sem investimento privado, o que tornaria a campanha realmente voltada a população, mas essa população deve também ser conscientizada de como funciona o jogo da política. Enquanto houverem homens que lutam por mudança, haverão mudanças, se continuarmos apenas apontando defeitos sem participação que não deve ser feita apenas em época de eleição, mas em todo o mandato, continuaremos sempre reclamando e reclamando.


Quem organiza o Impeachment??


O pedido de impeachment é político, organizado por partidos que perderam as eleições, não vou colocar qualquer tipo de adjetivo termonológico, como "de direita", "elite branca" ou qualquer outra conotação que venha sendo dada ao golpe vindo de dentro do Congresso e sendo absorvido pela população menos informada sobre a economia internacional e a conjuntura institucionalizada do governo. Caso vocês, senhores ditos "politizados" nesse momento de crise, não tenham acompanhado no início de 2014, fora dito por economistas que o governo que assumisse o Brasil em 2015 (Fosse Genro, Silva, ou Neves) enfrentariam uma forte crise internacional. Não sei qual o desajuste de informação. Caso os Senhores não tenham tido essa informação, busquem também saber porque o BRICS, que inimigo direto hoje da maior economia gerenciada pelo mundo (USA), por trata-se de um Banco que busca financiar atividades nas maiores economias emergentes do Mundo (Brasil, Rússia, China, India e África do Sul), livrando-as da instabilidade corrente do dólar nos mercados internacionais, vem sendo boicotado. Perceba como a Rússia tem recebido sanções internacionais, das alianças econômicas, justificado pela instabilidade social na região da Criméia (Antiga Uncrânia). Esse é o objetivo do investidores externos que vem acompanhando e financiando a Rede Globo, para que a mesma continue compartilhando a idéia de que o problema é Executivo. Ao incentivar por meio de reportagens e discussões exclusivamente voltadas ao pedido de impeachment, esquecendo dos 54 deputados e senadores apontados na operação Lava-Jato. Por quê? Lembre-se que essa mesma emissora apoio a Ditadura Militar junto com os Estados Unidos, não digo que haverá golpe militar ou algo do tipo, digo que devemos tomar cuidado com essa emissora. Eu não confio...


Observação: Não carrego comigo qualquer tipo de preconceito, sobre as manifestações ou pessoas que nela se organizam, só acredito que devemos propor uma manifestação direcionada ao cenário de problemáticas econômicas e políticas, no amplo sentido da discussão. Crucificar apenas um Poder [Executivo], sobre o pretexto de que resolveríamos todos os problemas do Brasil, deixando os corruptores acusados na operação Lava-Jato com presidentes de Casas Institucionais e participantes de comissões na Câmara dos Deputados, não tem lógica alguma!


Nenhum comentário:

Postar um comentário