segunda-feira, 13 de abril de 2015

PL 4330 – A Introdução da Desgraça Democrática

Enquanto você está ai preocupado com o Impeachment, o Congresso Nacional comandado pelo Senhor Eduardo Cunha, maior símbolo de destruição democrática que um Congresso pode trazer a tona (com mão de ferro) aprovando passagem para mulher de deputado, convocando policiais, para conter populares a bala, retirando populares do plenário, colocando em pauta a PL 4330, que substancialmente foi votada na mesma semana em que entrou na discussão da Casa de Leis, com aprovação de 324 deputados, votando em bancadas.

PL 4330 – A Introdução da Desgraça Democrática

Os Governos Republicanos tem se mostrado insuficientes para conter as formas de insatisfação popular que vem se manifestando no mundo, também não poderia ser diferente, com esse liberalismo financeiro que à autonomia institucional que as empresas possuem em explorar mercados primários e finais (com a espoliação dos recursos naturais e fontes de trabalho, além da supervalorização dos produtos manufaturados regulados pelas taxas cambiais).
Estamos em um momento de crise financeira e crise política, porém alguns nobres legisladores em Brasília, se esqueceram que nas eleições de 2014 foram as ruas pedir votos em nossas cidades, a nós trabalhadores e sabe qual o presente estão nos dando agora? Isso que você vê, a extinção de 30 anos de luta por uma CLT e bases sindicais, a luta de um povo para constituir direitos que foram adquiridos e serão EXTINTOS, senão fizermos nada. "Diretos adquiridos, são direitos Constituídos" e não podemos deixar que problemas de gestão governamentalmente político interfiram em nossas lutas. Já somos obrigados a pagar altos impostos com taxas e mais taxas, enquanto os únicos enriquecedores nessa cadeia econômica são os bancos, que diga-se de passagem nos últimos 12 anos de governo (coalidido de barganhas ministeriais e empregatícios) cresceu três vezes mais, enquanto a baixa no PIB e a recessão são problemáticas presentes a nós,  reles mortais. Mas não podemos assim nos deixar abater, porque esse governo é democraticamente eleito pelo povo para atender os interesses do povo e qualquer que seja o interesse, que venha em contradição aos nossos "POVO", devemos fazer frente a ele e não arredarmos pé, até termos nossas lutas e bandeiras vistas e erguidas.
Senhores, estamos em um país democrático, onde deveríamos ter igualdade nos direitos, assim como nos deveres. Mas até quando vamos continuar dando murro em ponta de faca e acreditando em pessoas que não representam o povo de verdade, que iludem os ouvidos daqueles menos informados, com mentiras e fábulas que nunca cumpriram? Precisamos estar atentos a essa questão e não deixarmos que essa LEI 4330 continue a ser discutida, ou teremos um RETROCESSO DE DIREITOS ADQUIRIDOS.

É importante ressalvarmos que esses Deputados que votaram a favor da PL 4330 fazem parte da “Bancada Patronal”, ou seja, são empresários, ruralistas ou proprietários de prestadoras e serviços e para eles essa proposta é conveniente. Para se ter noção, só o Mandetta investiu 91% do seu patrimônio declarado na campanha de 2014, qual motivo? Poder. Porque o poder político hoje é sinônimo de poder econômico, já que suas ações são intervencionistas as questões empresariais, como podemos observar e mais interessantes ainda, quando atendem os interesses particulares.




domingo, 22 de março de 2015



Como Negociar....

Em um período anterior da eleição, os pretensos candidatos buscam investimentos com empresários, ruralistas, industrias (quando já não fazem partes desses grupos) e todos os outros pretensos prestadores de serviço que buscam nas licitações que irão concorrer no período em que os seus patrocinados, ou seja,  políticos eleitos pela via democrática, estarão mais próximos e possivelmente interpelando pela sua disputa nas obras públicas. Este modelo de política no país vem sendo implementado desde o início da democracia vigente, mesmo anteriormente no período da ditadura (e até mesmo dentro dela) e nunca foi contestado pela grande população que busca a representatividade nas figuras públicas e partidos, que dizem representar interesse do povo em períodos de campanha, contradizendo suas pelas práticas de gestão (após ganharem as eleições), quando mudam suas posturas respondendo as demandas de interesse financeiro de grupos economicamente dirigentes da estrutura política de forma indireta, pois através de investimentos terceiro que as campanhas políticas são implementadas.


Se o cargo é político é de interesses públicos, porque existiria a exemplo de Três Lagoas, a necessidade de 600, 400, 100 mil reais para eleger um vereador? De 5 à 15 milhões para eleger um prefeito? Como um vereador que recebe 10 mil reais por mês, poderia pagar uma dívida de campanha de 600 mil reais, se os seus rendimentos líquidos em quatro  anos de mandato calculados somam 480 mil reais? Mas poderíamos nos lembrar ainda das eleições do ano anterior (2014), onde vários mandatários do Estado não pouparam investimentos para sua campanha, como ocorria a nível Federal e Estadual, falamos de milhões em investimento..

Resposta: Através de contratos e mesmo de serviços sombrios, que muitas vezes são superfaturados por acordos entre as empresas e políticos, no período de eleição. Fica assim “Você me ajuda com a minha campanha e eu te ajudo com alguma boquinha, em licitações ou mesmo serviços que não precisam dela, no período em que eu estiver no mandato”, digo isso em aspecto universal da política nacional.
Este cenário endêmico da política se tornou uma patologia em todas as instituições políticas, no âmbito federal, estadual e municipal. A clivagem do dinheiro público que sustenta as grandes eleições, com milhões em panfletos, propaganda, cabos eleitores são o reflexo da ação sorrateira que os candidatos organizam, com uma máfia de interesses que deixaram de ser públicos e se tornaram privados aos partidos, tomados por empresários, ruralistas, comerciantes e prestadores de serviços em todas as formas.

No meu humilde entendimento, a disputa política deveria ser projetada com o interesse e participação popular em todas as votações, necessidades e lutas que o representante público promove, tendo assim um grupo de ações com interesses PÚBLICOS, acima dos particulares. Mas ainda nos esbarramos em outra contraposição, os ‘politqueiros’ que promovem POLITICAGEM (Política + Vagem = nenhum resultado, proposta ou ação condizente a necessidade da sociedade local), tomam as linhas de frente com seus carros personalizados de adesivos (que ganham cerca um tanque de gasolina e mais uma quantia de R$ 50,00, mais ou menos), são os primeiros corrompíveis nessa zona de interesse, pois atendem as suas necessidades primeiras pelo oportunismo gerado na possibilidade de barganharem algum cargo público, ou ainda pelo simples R$100,00 quinzenais. É triste, mas infelizmente é a realidade latente da nossa política e somente poderá ser revertida quando  as pessoas tiverem a consciência política de que não devemos procurar políticos apenas em época de campanha, mas fiscalizarmos o seu trabalho de interesse comum.



Quer mudar o Brasil? Análise o contexto de onde se formam as práticas e posteriormente façamos um novo desenho de candidatura, acredito que somente com novas práticas faremos uma REFORMA POLÍTICA coerente.

segunda-feira, 16 de março de 2015

REFLITA ... DISCUTA ... COMPARTILHE 


É de comum senso entre os pesquisadores e historiadores que o homem e a sociedade vivem em um processo de constante transformação. O que mais tem se debatido todos os dias no Brasil, são as formas de corrupção no poder público. Mas antes de pensar na prática da corrupção em Gestões Públicas, ou seja, no mandato do candidato eleito é IMPORTANTISSÍMO referenciarmos em qual articulação esse mandato foi confeccionado, quantos votos foram comprados, quantos cabos eleitorais contratados, quanto de dinheiro foi investido em um campanha?


Nunca parou para pensar o quanto é investido em uma campanha de vereador, prefeito, deputado, governador, etc...? Pois bem, as empresas não investem nesses pseudo-líderes políticos, senão apenas para manter sua manutenção financeira, barganhar superfaturamentos em compras e licitações, ou ainda promover um verdadeiro balcão de empregos públicos, promentendo cargos e funções na gestão pública, que deveriam ser ocupados por pessoas com conhecimento técnico e não pela sua Legenda Partidária, afinal estamos falando de uma máquina que consome dinheiro público. Um Banco Privado, uma empresa privada não contrata um profissional sem a miníma qualificação técnica para exercer funções de eficiência, apenas pelos seus lindos olhos. Acredito que pensando nessa perspectiva, podemos observar o quanto serviço público contrai-se de inúmeros desse cargos, apenas para manutenção de candidatos, campanhas ou mesmo interesse de grupo, onerando gravemente os cofres públicos.


O serviço público em todas as suas esferas tornou-se motivo de chacota, infelizmente interferindo na credibilidade de todos os seus funcionários, que muitas vezes são concursados e recebem salários inferiores a outros que levantaram bandeiras políticas e ainda são obrigados a ouvir desses mesmos devaneios sobre uma pressão governamental ou retaliações, pois suas atividades está intimamente ligada ao servir público, que está arrolado as determinâncias executivas. Onde fica a meritocracia, tão aclamada pela democracia participativa?

Estamos em um tempo de calamidades econômicas, sociais e estruturais, não podemos pensar apenas no nosso umbigo e acreditarmos que tudo poderá ser resolvido por outras pessoas, senão por nós mesmos. Se estamos indginados com a política, devemos construir formas de compartilharmos de discussões inteligentes, sobre as decisões que são tomadas nas em todas as câmaras e gabinetes existentes, independente em qual esfera atue. Um Brasil melhor somente será feito com pessoas que tem o melhor para dá, ou você ainda vai passar os dias da semana, assistindo as três novelas transmitidas diárias e se conformar com o conforto do seu sofá, enquanto as leis são alteradas e seu futuro está em jogo? 

Pense e reflita. Que Brasil você quer e o que você está fazendo por ele?

sábado, 14 de março de 2015

Impeachment ou Golpe Político?


''Primeiramente, como é constituída a dita Governabilidade...''

Existe uma eleição democraticamente obrigatória (considerando o preceito de liberdade da democracia, o voto obrigatório é uma afronta aos interesses públicos pois obriga pessoa desinformadas e sem conhecimento sobre política a votarem), onde cargos legislativos (deputados estaduais, federais e vereadores) e executivos (Prefeito, Governador e Presidente) são elegíveis pela maioria da população, que diga-se de passagem, não foi preparada nos últimos 30 anos, para uma educação política efetiva pelos governos anteriores e atual, nem mesmo pelos vários partidos políticos que se constituíram desde a Constituição de 1988, sobre o principio da pluralidade na política, ou seja, a constante alternância do poder, exigida para dar maior aderência a práticas da austeridade. Dessa forma, sem uma sociedade preparada para reivindicar, fiscalizar e acompanhar as práticas políticas foi fácil levar o país a situação que ele se encontra hoje. Não podemos nos esquecer de que somos vitimas de governos coalididos, ou seja, que fazem manobras e barganhas de cargos e interesses por votos de aprovação no Congresso Nacional, em favor dos interesses do Poder Executivo, caso similar nas escalas do micro poder, municipal e estadual.
Existe uma crise das Instituições em todas as suas escalas do Poder (Executivo, Legislativo e Judiciário), em âmbito municipal, estadual e federal, devido aos grupos que estão mantendo a gestão pública, os partidos, lutarem apenas pela manutenção do poder, que apenas pode ser constituído através de uma base de sustentação financeira, ou seja, na estrutura das eleições, quanto maior o investimento  privado em campanhas (panfletos, cabos eleitorais, santinhos, doações sinistras por meio de compra de votos), maior será a profundida do rombo que esse candidato dará nos próximos quatro anos de mandato. Por quê? Por que, ele (partidos e candidatos) necessariamente tem que pagar o valor investido nessa campanha aos financiadores que vislumbram nas licitações e serviços públicos legalmente abertas, formas de manutenção do poder financeiro de seus grupos e não de interesse público.
Considera-se, portanto, que o rombo causado na Petrobrás pela corrupção, já vem sendo feito há muitos e muitos anos, por todos aqueles representantes públicos que investiram milhões em suas campanhas a troco de que? De ser um bom samaritano? O Brasil sempre esteve amarrado a esses laços de corrupção nos períodos de eleição, que se estendem pela gestão pública. Esses partidos que hoje fazem parte do Congresso Nacional, com nome de Deputados e Senadores ligados a operação Lava-Jato, mantém o poder há anos por meio de barganhas e vão continuar personificando essas ações, na medida de seus interesses e da falta de participação popular na gestão pública continue sendo passiva.
Os banqueiros aumentaram suas faixas de lucro em três vezes nos últimos 10 anos, a custa de uma falta de aplicação de investimentos na educação e saúde. Ainda existe uma grande discrepância entre a riqueza e pobreza. O estado que deveria ser um regulador das atividades econômicas em seu território, para manter a ordem da distribuição de renda digna a seus cidadãos, se tornou cúmplice do investidor internacional e suas políticas de espoliação (extração) das nossas riquezas, mas ao contrário ele (o Estado) acena com uma bandeira branca aos bancários e montadoras, a custa de uma pesada carga tributária (Impostos) aos contribuintes.
A conjuntura que nos leva a crise financeira de 2015 é efeito daquela ‘Marolinha’ citada pelo Lula em 2008, que se misturou com as denúncias de corrupção na Petrobrás e virou essa voz difusa e confusa de uma população, que ainda não compreendeu que o problema não está apenas em uma ação presidenciável, mas pelas coalizações e barganhas de ministérios e cargos de segundo escalão até hoje disputados acidamente dentro do Congresso em troca de apoio político norteiam. O certo é que percebemos que essa insatisfação vem contra as ações recentes nos aumentos de vários itens de consumo, mas um impeachment não pode ser pedido pelas condições econômicas, não é CONSTITUCIONAL.
O que me espanta é a capacidade de partidos como o PMDB com Eduardo Cunha (Presidente do Congresso Nacional) e Renan Calheiros (Presidente do Senado), os dois acusados na operação Lava-Jato, colocarem-se como única saída para salvar o país, como se fossem os heróis do Brasil, como se tivessem esquecido quem eles realmente representam no cenário político. Caso tenham se esquecido, se a Dilma cair, assume o Michel Themer (também do PMDB). Agora me digam, como você acha que serão resolvidas as coisas, por um partido que está tão intimamente ligado a corrupção em todas as suas escalas, perceba a sua formação, empresários, industriais, bancários e ruralistas, isso realmente representa o seu interesse? Com as formas menos populares possíveis de governo. O PMDB não tem um histórico de ideologia política, sempre se manteve na conveniência de alianças para manter o poder e por ser um partido movediço, sobre acordos de interesse visivelmente sempre empresariais, não seria uma boa opção para nosso país. Não confio!


Temos que lutar por um Brasil melhor sim, mas depois das manifestações de junho de 2013 e com algumas leituras, percebemos que a forma mais legal, viável e democrática de tomar o poder é pelo voto, nesse sentido  a população insatisfeita com a política, deve  se organizar e formarem os novos grupos de candidatos com propostas e ideias. Convido vocês para o movimento politizado dentro da sua cidade, com grupos que atendam os interesses coletivos e sem investimento privado, o que tornaria a campanha realmente voltada a população, mas essa população deve também ser conscientizada de como funciona o jogo da política. Enquanto houverem homens que lutam por mudança, haverão mudanças, se continuarmos apenas apontando defeitos sem participação que não deve ser feita apenas em época de eleição, mas em todo o mandato, continuaremos sempre reclamando e reclamando.


Quem organiza o Impeachment??


O pedido de impeachment é político, organizado por partidos que perderam as eleições, não vou colocar qualquer tipo de adjetivo termonológico, como "de direita", "elite branca" ou qualquer outra conotação que venha sendo dada ao golpe vindo de dentro do Congresso e sendo absorvido pela população menos informada sobre a economia internacional e a conjuntura institucionalizada do governo. Caso vocês, senhores ditos "politizados" nesse momento de crise, não tenham acompanhado no início de 2014, fora dito por economistas que o governo que assumisse o Brasil em 2015 (Fosse Genro, Silva, ou Neves) enfrentariam uma forte crise internacional. Não sei qual o desajuste de informação. Caso os Senhores não tenham tido essa informação, busquem também saber porque o BRICS, que inimigo direto hoje da maior economia gerenciada pelo mundo (USA), por trata-se de um Banco que busca financiar atividades nas maiores economias emergentes do Mundo (Brasil, Rússia, China, India e África do Sul), livrando-as da instabilidade corrente do dólar nos mercados internacionais, vem sendo boicotado. Perceba como a Rússia tem recebido sanções internacionais, das alianças econômicas, justificado pela instabilidade social na região da Criméia (Antiga Uncrânia). Esse é o objetivo do investidores externos que vem acompanhando e financiando a Rede Globo, para que a mesma continue compartilhando a idéia de que o problema é Executivo. Ao incentivar por meio de reportagens e discussões exclusivamente voltadas ao pedido de impeachment, esquecendo dos 54 deputados e senadores apontados na operação Lava-Jato. Por quê? Lembre-se que essa mesma emissora apoio a Ditadura Militar junto com os Estados Unidos, não digo que haverá golpe militar ou algo do tipo, digo que devemos tomar cuidado com essa emissora. Eu não confio...


Observação: Não carrego comigo qualquer tipo de preconceito, sobre as manifestações ou pessoas que nela se organizam, só acredito que devemos propor uma manifestação direcionada ao cenário de problemáticas econômicas e políticas, no amplo sentido da discussão. Crucificar apenas um Poder [Executivo], sobre o pretexto de que resolveríamos todos os problemas do Brasil, deixando os corruptores acusados na operação Lava-Jato com presidentes de Casas Institucionais e participantes de comissões na Câmara dos Deputados, não tem lógica alguma!


quinta-feira, 12 de março de 2015

Muito Prazer, ainda não tive tempo de me apresentar, mas desculpe senão havia feito isso antes, estive sempre muito ocupado e preocupado com questões mais amplas, do que ficar falando de mim publicamente, sempre acreditei que minha vida não fosse de interesse de ninguém, mas como hoje tenho assumido uma postura pública, acredito que seja conveniente que todos conheçam de onde venham, para que não me façam julgamento de valor preconceituoso. Pois bem, sou o Leles Guilherme. O que algumas pessoas sabem de mim é referente as minhas criticas e as que eu recebo publicamente, por falar aquilo que eu acredito ser conveniente, no aspecto público a ser discutido. Mas tem uma parte da história que ainda não lhe foi apresentada....

Nasci em 1984, filho de uma digna senhora sempre trabalhou muito para não deixar que seus filhos caíssem no mundo da marginalidade, mesmo que fisicamente tenhamos vividos sobre essa referência social de morarmos em um bairro periférico, pelo baixo poder aquisitivo que minha família sempre teve. Isso porém não foi um problema para interferir naquilo que de mais digno foi ensinado, o respeito aos bons princípios coletivos.
Morador do Bairro de Vila Piloto desde 1989, sempre tive um carinho inegável por esse bairro e pelas pessoas que nele moram. Estudei aqui e compartilhei dos mais variados momentos nesse bairro desde a infância e por ser um bairro, onde as pessoas foram se construindo socialmente os laços aqui são muito íntimos, desde o atendente do mercadinho da esquina, ao dono da bicicletária, da oficina, dos moto-táxis, dos agentes de saúde, etc..., como é bom morar aqui.



Sempre estudei em escola pública, inicialmente na Escola Padre João Thomes, aqui do bairro e o Ensino Médio no JOMAP, quando também fazia curso de elétrica no SENAI. A vida não era fácil e nunca foi, andar de bicicleta por essas longas distâncias, quando eu poderia estar fazendo qualquer outra coisa mais divertida, mas eu conseguia me distrair no volêi junto com a galera da escola e mesmo do treino que fazíamos depois das seis da tarde. Mesmo assim, nunca desisti.

Passado o momento do colegial a responsabilidade de conseguir um emprego e entrar na vida adulta tomaram conta de mim, consegui um emprego como auxiliar de produção em uma fábrica de calçados, a duras penas de uma indicação e por lá permaneci por longos dezoito meses, de segunda à sábado, das cinco da manhã as duas e quarenta e oito, por um salário de duzentos e setenta e dois reais (R$ 272,00). No período noturno fiz cursinho na Escola Afonso Pena, por um ano, convicto que faria uma universidade pública. Nesses locais conheci pessoas maravilhosas e de lá trouxe uma experiência de vida, responsabilidade e trabalho que me acompanham até hoje, sobre a premissa de buscar ser sempre dar o melhor de si, independente do que esteja fazendo.

2006 ... Sai correndo cedo de casa em um dia chuvoso, logo pela manhã, fui na Lan-house de perto de casa, onde fazia uns bicos (além dos bicos que também fazia em salão), abri o site da COPEVE e lá estava meu nome na chamada do vestibular, APROVADO. Foi algo inacreditável, meu amigo Hudson estava de serviço (na lan-house) nesse dia e foi o primeiro a ver meus olhos cheios de lágrimas. Um sonho de alguém estudou em um escola pública, trabalhou duramente em uma indústria e conseguiu passar no vestibular a duras penas, mas esse era apenas o começo de uma luta.


 Aprendendo a Lutar por Direitos...


     .... [2006] A UFMS passa por um sério período no Campus de Três lagoas, professores se aposentando, sem contratações, sem concurso, as salas com infiltrações, documentos históricos mal acomodados. Essa realidade era geral, mas apenas alguns cursos de licenciatura na época se manifestaram em caminhadas do Campus I ao Campus II, porém o problema não poderia ser resolvido de Três Lagoas, então fomos a Campo Grande e lá passamos um mês acampados em barracas na frente da Reitoria, aguardando uma posição do Sr.Reitor Manoel Peró, vivendo de doação de outros alunos, o no uso de suas atribuições menos democráticas (o reitor), acusava professores de estarem por trás desse movimento, que era apenas de alunos em busca de direitos, uma pressão institucional, na verdade. Afinal, estávamos em busca de uma formação e nada mais justa que fosse de qualidade, pois bem, cobramos..... Dali saímos sem muitas expectativas, mas com algumas contratações posteriores. Posterior a isso a gestão administrativa do Campus em Campo Grande foi arrolada juntamente com a gestão do mesmo reitor em denúncias de improbidade administrativa, entre outros.

Não era fácil manter a rotina de um trabalho de manhã e estudar a noite, mas mesmo assim eu consegui com muito esforço, inicie atividade em um call-center, no qual aprendi mais ainda sobre a vida profissional. Recebi qualificações e promoções, viagens, responsabilidade e crescendo profissionalmente, longe de qualquer preconceito me mantive sempre respeitosamente com todos que cercam, seja trabalho, escola, locais públicos, meio familiar. Um momento interessante da minha vida.

Chegou um momento no último ano da universidade ouvi meu orientador de monografia dizendo "larga tudo desse trabalho e dedique-se apenas a universidade", sai com o coração partido daquela empresa, pelas pessoas, pelo trabalho, dedicação, pelo carisma e tudo mais que conquistei lá. Mas eu queria ser professor e ai segui em frente, me atolei de leituras naquele ano e quase não dormia. A minha formatura somente foi possível porque minha irmã do meio, que estava organizando a vida pra constituir uma família com seu atual esposo, me cedeu o dinheiro! Foi mágico...

Formado, vamos as aulas, pois bem, olha eu lá lecionando na Comunidade de Heliópolis (segunda maior comunidade da América latina), trabalhando a tarde em um banco para conseguir sobreviver naquela cidade louca, chamada São Paulo. Um ano foi o suficiente para eu perceber que minha cidade chama-se Três Lagoas, voltei a convite daquela empresa que tinha trabalhado no período de formação, lá novamente escalei alguns outros postos, até definitivamente ser barrado pelo gerente homofóbico que disse "não pegar bem um homossexual representando a empresa nos jogos industriais", fui demitido.... Isso foi um passado chato, mas não tenho como esconder.

Olha e voltando para a Sala de aula novamente, mas dessa vez em um Projeto do PROJOVEM, que me deu mais dor de cabeça, do que já tinha tido anteriormente. Lecionei em um presídio de segurança média nessa cidade (AMEIIIIII). É  um trabalho muito gratificante poder ajudar pessoas que necessitam dessa ajuda, dessa parcela de informação, chamada educação, integração, interação. Ao mesmo tempo em que fiz um disciplina no Mestrado em Geografia na UFMS, também.


Dai começa a ação .....


Esse Instituto que contratou os professores não pagou os mesmos e entrou em ação contra a prefeitura da cidade, estávamos sem receber e algumas série de denúncias foram feitas contra o executivo da cidade. Nesse momento de insatisfação local, vimos que também havia uma manifestação a nível nacional, o #VemPraRua que levou muita gente para discutir várias problemátcias. Cada um levantando sua bandeira e o consenso final fora a insatisfação popular com a gestão municipal, sobre reflexo das outas discussões que estavam sendo feitas a nível de Brasil.

Nessa interação, fomos dialogando com o pessoal da universidade e assim organizamos grupos para discussão. Levamos o negócio bem  a sério e sustentamos até onde deu. Em certo momento, quando olhei para os lados haviam apenas alguns poucos, a nível Brasil o movimento já estava mais brando, devido a intervenção de vândalos, que acabaram tirando o foco sobre as questões que poderia ser mais bem discutidas. Aqui em Três lagoas, acredito que esse movimento não tenha ganhado maior espaço, devido a um detalhe fundamental, nunca tivemos líderes nomeados nesse movimento, apenas vozes, que se levantaram alternadamente, acredito que por essas vozes estarem sempre em constante processo, alguns buscando proveito por causas que defendiam, outros apenas pelo prazer do tumulto, não tenhamos (todos os participante) tido maturidade para gerir essa grande interação de necessidades, que não poderiam ser atendidas, porque os grupos estavam muito dispersos.

Para mim, restaram apenas os processos que recebi nesse meio tempo, porque sem alternativa fui selecionado pelos presentes a ser o porta voz do grupo, para a imprensa, foi quando me intitularam líder do movimento, o que na verdade não ocorreu, pois como disse eram vozes. Me deram muitos adjetivos ridicularizantes nessa época, principalmente por parte de ALGUNS agentes da imprensa, aqueles que convenientemente foram contratados para corromper o grupo, nos constantes ataques diários. Tive medo em alguns momentos, quando recebi algumas ligações me orientando a parar de falar, mas de números que não eram identificáveis. Mas não abaixei minha cabeça, porque estavamos (e acredito que ainda estamos), vivendo um momento único no pós redemocratização do país, as pessoas estão falando, mesmo que confusamente, difusamente elas estão mais ligadas as questões públicas, o problema é que existe uma distorção entre informação e formação, no qual alguns conceitos básicos se perdem.

Após isso, fui convidado pela Vereadora do PSB a trabalhar em seu gabinete, para atribuições técnicas do trabalho do assessor, mas inicialmente não achei que fosse agradável, porque no ano anterior havíamos levado muitas criticas ao Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, o que seria meio que incondizente da minha parte, trabalhar em um local que critiquei. Porém, pensando maduramente sobre essa idéia, resolvi aceitar o desafio no intuito de conhecer a estrutura de práticas do poder público, mesmo sabendo que receberia criticas. Em nenhum momento fui repelido pela minha fala, a ponto de ter sido censurado como assessor, pelo contrário, me sinto livre para fazer as objeções que achar necessário.

Não deu outra, entrando para trabalhar na Câmara Municipal, fui rapidamente questionado sobre essa minha nova postura pela imprensa e me lembro claramente a resposta que dei sobre o assunto "Acredito que a política seja um espaço de diálogo. Se hoje estou aqui é porque minha critica faz parte de um diálogo que pode ser aberto entre as Instituições e a população que deseja participar ativamente da vida pública e política. É um sinal de maturidade dessa Casa de Leis e mesmo da vereadora que tem um trajetória advinda do bairro, em conceber esse espaço de diálogo".



Não quero ser apenas um, quero ser um no meio de muitos. 
Mas precisamos que muitos outros se levantem e falem, gritem, façam suas vozes serem ouvidas!