segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Palavras




A cada espelho, a cada segundo eu vejo apenas o reflexo da sombra que permeia o encantador e nórdido maramos da vida. As precisões tornaram-se incalculáveis nesse eixo de necessidades continuas, onde uma se desdobra perante a outra. Cada instante que cintila a paisagem de um novo recomeço é sempre afogado pelo aproximar de um fim, creio que ainda existam crendices sorrateiras que me deixa cego perante a realidade viva, mas aproximo a cada dia a realidade de uma concentração de subjetividade própria.
Se o fim fosse conhecido ou mesmo próximo esse espelho já teria se virado e poderia eu começar a enxergar a mim mesmo em um milésimo de segundo humano, e na compreensão dos que ficam tornar-me-ia apenas um passado de segundo que um dia foi presente, porque estaria acasalado pela morte mais furtiva. Pela crendice religiosa seria então colocado esse espelho perante meus olhos e tudo que um dia parecia longe de ser visto agora pode ser compreendido.
As possibilidades são variadas, mas enquanto ainda não me encontro comigo mesmo – ou ainda posso dizer, que as possibilidades não me encontrarem – vou efetivando um plano por vez, achando os perdidos rubis que ofuscaram os olhos de muitos e ao mesmo tempo mataram aos poucos. Não busco essa morte para compreender, quero apenas o que todos realmente desejam mas não tem coragem de dizer, descobrir o que não nos é possível compreender em vida material.
Hoje posso até me afogar em letras e linhas que parecem não compartilhar de nenhum sentido, mas você realmente não precisa compreender o que eu escrevo, o que interessa nessas linhas são os sentimentos expressos. Tais aqueles mesmo que se perderam em você um dia FL, hoje postei umas fotos suas, mas estão bem escondidas para o público, não que me seja uma vergonha dizer que um dia fui um idiota e não dei valor a você, mas por saber que um dia poderia ter sido realmente feliz e não deixei que isso acontecesse. Arrependimento agora não é a solução, mas creio que essa mágoa saia de dentro de mim quando eu postar isso.
Preciso escrever, falar de mim e das coisas que me afligem, sinto-me complicado demais para falar tudo de uma vez só para alguém, não teria essa coragem – aliás, hoje não tenho essas pessoas perto de mim – devido a essas e outras, hoje penso nas novas necessidades que postulei na minha vida como essenciais, deixei algumas coisas de lado que achava serem essenciais, mas só terei certeza se segui o caminho certo após algum tempo.
Fico feliz em desabafar com alguém, mesmo que seja com você em linhas, mesmo que seja comigo em letras, mesmo que seja em tradução repentina e impensada.

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