segunda-feira, 3 de maio de 2010

Seja



Quando acordo de manhã logo me deparo com meu rosto, mais sincero e envelhecido; as marcas de expressão são conseqüência do meu passado, as impetuosas marcas que só aumentam e não dão sinal de saída, apenas progridem; os olhos já não são tão vivos e atentos, mas o sentimento de dever cumprido comigo mesmo é cada vez maior.
Temos as nossas falhas que muitas vezes tentamos esconder ou ainda omitir a nós mesmos, mas são todas conseqüências de uma atribulada passagem pela história pessoal chamada vida. Quando tudo parece tão fraco, quando as pessoas parecem tão simples logo elas se reúnem e tornam-se tão complexas, tão plurais. Os defeitos individuais ainda são escondidos na fala, tem-se a visão que demonstra para cada grupo, alguns se mostram fracos, outros nem tanto. Mas aqueles que envelhecem lembrando que um dia foram jovens, são aqueles que reconhecem seus defeitos, suas dores e aprendem que nem tudo é perfeito.
Tento por dias olhar para meu rosto e descobrir onde estava toda a minha juventude doida, todas as minhas histórias estão marcadas dentro de mim, algumas eu tento esconder de mim mesmo, outras eu tento nem mesmo demonstrar. Mas do que valeria minha vida se ignorasse meu passado? Se esquecer quem sou é ser outro, prefiro ficar comigo mesmo, saber o que estou e não somente o que sou.
Podendo ser várias coisas ao mesmo tempo no dia, podendo transparecer minhas qualidades e esconder meus defeitos eu ainda sei que sou para alguns, mas para mim eu nunca sou, apenas estou. Porque de fato, estar é bem mais belo da natureza humana. Estar é sentimento de sujeito pensante; ser é estável, imutável, impensável, portanto ignorante. Não admito que me apontem o dedo me dizendo o que sou, pois não sou nada além de mim mesmo, onde estou é apenas uma passagem, como estou também.
Enfim, o que importa mesmo é viver.... Vivendo bem consigo mesmo, sempre estaremos bem... Estar e não ser bem

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