sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Tempo para Tudo


Eu tenho dois dias de vida, e isso parece ser tão rápido; vejo animais pequenos que passam na frente dos meus pés; ouço músicas que tocam meu coração e lembram um passado da meninice, onde eu ainda tina pureza até mesmo no olhar. Bons tempos que não voltam, aqueles tempos, onde poucos adultos poderiam se aproximar de mim, onde poucas pessoas poderiam me fazer mal, porque eu tinha um reduto, uma redoma que me protegia do mundo exterior, a era minha mãe.
Mas derrepente as coisas parecem que vão mudando aos poucos, a mãe tem que se afasta pouco a pouco da vida, da minha vida e vai me deixando viver cada instante, vou descobrindo como é andar de bicicleta, mas antes tenho que cair muito, as cicatrizes doem, eu sou persistente, mas não sei até onde vou conseguir agüentar tanta dor; não digo essa dor física mas a mental, que me deixa envergonhado dos tombos, queria não errar na juventude. Mas errei, como todos erraram, somente meus amigos e diários lembram das peripécias que vivi próximo a cada um, em cada história, em cada instante. Nunca me arrependerei de tudo o que eu fiz, nunca mesmo, porque graças aos meu tombos, minhas cicatrizes sou o homem que sou. Me tornei humano, não tanto egoísta quanto esses filantropistas de antiquário, que vomitam belas poesias e não tem coragem de sair para a realidade das ruas....
Hoje, sou adulto, tenho que agir como tal, quando é tão complicado ainda lembrar que a pouco fui um adolescente, quando as pessoas me olham na rua e pensam que ainda sou um adolescente, me tratam como tal, não vêem a maturidade dentro de mim, não valorizam isso. Queria ser eu mesmo um dia imortal, mas do que vale ser jovem a vida toda e não ter a maturidade para dizer “Eu faria tudo novamente, sei onde errei”, é suficiente.
Saber onde andar, onde pisar. Mas ainda é melhor, se machucar por onde anda, se sujar perto de onde pisa, porque somente quando se sofre se dá valor a realidade.
Tenho que ir agora dormir, porque amanhã é um novo dia, um novo tombo, uma nova pista, porque a vida não acaba na meninice, na adolescência, na juventude ou na velhice, a vida acaba quando deixamos de dar sentido a ela.
Amo tudo o que tenho, amo!

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