segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Sujeitos individualizados ou individualista?
Está ai uma duplicidade entre a realidade dos fatos. Individualização em consenso – ou em comum aceitação – torna-se alvo de exaltação ao estranho, estranho ver pessoas passando fome, mas ao mesmo tempo socialites fazendo festa para cachorro; estranho ver milhões de pessoas passando fome no mundo, mas os Estados Unidos investindo bilhões em armamentos todos os anos; estranho ver gente boa e ruim, ações boas e ruins.
O que figura a nossa realidade são as dicotomias, nos inserimos em contextos e vemos outros. De um mendigo que dorme na paulista e um executivo bem sucedido na mesma calçada, realidades tão aparentemente diferentes, mais imbricadas entre os extremos; dependentes umas da outras, o choque deixou de ser marca de estranhamento e passou a ser aceito no convívio – não que alguém tenha isso impregnado na sua ideologia, mas tudo não passa de um falso moralismo que expressamos.
O que realmente quero tratar nesse aspecto não são as diferenças, mas como elas podem ser aceitas e vangloriadas. Temos ‘ídolos’ em vários campos de atuação da sociedade, música, teatro, cinema, literatura, quanto mais enriquecedor é a cultura que tratamos, mais ela agrega. Só que os ‘nossos’ ídolos do presente estão a cada dia mais se distanciando da realidade humana, se divinizando, esquecendo dos seus ‘adoradores’, tornando-se mesquinhos e prepotentes – não que nunca tenham sido – sua própria condição de sujeito público já o torna dessa maneira.
Hoje estou abismado com o texto que li, uma cantora vestiu-se com carne para um Evento. Como tal pessoa pode esnobar a realidade da fome? A realidade do alimento que está sendo desperdiçado para extravazação do individualismo? Devemos realmente pensar o tipo de ‘ídolo’ que está colocando-se a nossa frente e perceber que existem choques inadmissíveis para a realidade humana, esquecer-se de quem passa fome por um mero capricho, pessoal.
O mais constrangedor é que os meios de informação, divulgarão a notícia tão normalmente, que não houve surpresa para o leitor, ou ainda para aqueles que acompanham a carreira de tal personagem. Temos que pensar antes de agir instintamente, ainda mais em tempos atuais, onde sujeitos fazem coisas absurdas para aparecer.
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Num passado não muito distante as pessoas adoravam deuses, que tinham poderes e tal, e vendo esse tipo de ídolo hoje em dia eu não acho mais estranho os deuses de antes, pois eramos mais exigentes nesse sentido...
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