Em vários momentos de minha vida me utilizei desse blog, para escrever sobre 'n' problemáticas temporárias, das quais sempre achei pertinente. Hoje, porém venho escrever apenas a mim, pois não confio mais na sociedade que me compila o em sujeito social, em agente individual que compartilha de um todo social, pois hoje fui menos que ontem pelo simples fato de me caracterizar pela orientação sexual que defini-se e dirige-se a minha vida pessoal.
Nunca me utilizei de qualquer tipo de meio legal para exigir uma retratação, nunca me utilizei de armas que viessem a prejudicar outros, que fossem essas materiais ou dialéticas. O outro, em meus estudos antropológicos durante meu período de formação sempre foi compreendido com um ser diferente de mim, e necessariamente por isso deveria ser respeitado como tal. Minha indignação não parte contra o gari, a empregada ou de qualquer outro sujeito que é julgado pela sua falta de informação [ou estudo], para copular qualquer exemplo de ignorância e preconceito, com a sociedade tende a maliciosamente presumir, minha indignação vem contra sujeitos sociais que se dizem preparados para gerir grupos de pessoas etnicamente diversas, vem contra sujeitos que deveriam ser exemplos públicos de sociabilidade, pois assim tornam-se políticos e expostos socialmente pelas funções administrativas maiores que representam.
Recentemente fui desmoralizado publicamente dentro da empresa que dediquei horas de minha vida, no qual dediquei lealdade e comprometimento, respeito para com meus colegas, sempre me colocando na posição passiva contra qualquer tipo de atribulação ou provocação a minha vida pessoal. Sempre ponderando a política do bem estar no ambiente onde trabalhei, polido sobre ética das determinações ao qual minha função era desempenhada.
Hoje, sinto-me um trapo, sinto-me jogado as avessas, ao conversar com colegas de meu antigo trabalho e sentir o tipo de visão que foi deixada da minha pessoa nesse ambiente, onde fui demitido pela minha orientação sexual, por um sujeito que publicamente disse "não trabalhar com gays". O que me incomoda são as formas em que essa problemática foram levadas, pois eu ouvi essa afirmação de várias pessoas enquanto trabalhava e por medo de ficar desempregado, omiti meu direito de cidadão a essa situação e posteriormente fui demitido, sobre alegação de diminuição do quadro, que no período da tarde, meu cargo foi rapidamente substituído por uma jovem senhorita, heterossexual, assim como todos os outros que trabalham no mesmo departamento.
Quando me mudei para São Paulo, em busca de novas oportunidades no ano de 2009, logo me foi proposto o retorno a cidade de Três Lagoas, pela minha antiga gestora que já conhecia meu trabalho de um passado próximo e por mérito e competência me solicitou o retorno. Minha ascensão na empresa foi rápida, até me deparar com esse sujeito preconceituoso que ordenou minha demissão.
Hoje estou desempregado, desamparado pela empresa em que um dia acreditei ser a porta da minha ascensão profissional.... Busquei apenas espaço e mais capacitação, o que tive de retorno foi um tapa na minha moral, nos meus conceitos que decaíram...
Agora é outra vida? Será que ainda terei que me esconder?